Eu me imagino acordando antes dele. Me imagino olhando ele ressonar de leve, ou até mesmo roncar, isso não importa. O importante é que ele estaria ali, dormindo, e eu, olhando. Depois, eu levanto devagar pra ele não acordar, mas não adianta. Quando eu chego à porta, ele chama meu nome. Eu viro e sorrio, apesar da cara amassada. "Bom dia." Vou ao banheiro, onde tem um vaso cor de grafite. Saio e bato nas portas do corredor e chamo por eles dois, os dois outros homenzinhos da minha vida.
Desço as escadas e preparo o café. Eu já terei aprendido a virar os ovos daquele jeito que os chefs fazem na frigideira, sem que os ovos caiam no chão. E farei isso com muita prática. Todos três descem, os dois menores com aquela cara de sono que herdaram do pai. Todos tem os cabelos enrolados e assanhados, e todos olham pra mim com olhos cor de mel.
Eu os levo pro colégio e dou tchau pro homem que dormiu comigo. Deixo-os no colégio e vou pra redação do jornal. Sim, sou jornalista, não chef de cozinha. Deus me livre de uma cozinha. Só a cozinha da minha casa será meu reino. Escrevo a matéria sobre um novo restaurante. Sim, sou crítica gastronômica. Como e falo mal dos outros, o sonho de qualquer pessoa.
Volto à tarde e pego os meninos. Luca pula em cima de mim. Como ele está crescendo! E só tem 10 anos. Imagina como o Miguel não ficará também? Ele já é o maior da turma. Luca é muito carinhoso e Miguel bem mais sério. Luca demorou mais que o Miguel pra aprender a ler e escrever, mas os dois são muito parecidos. E bem altos pra idade. O pai deles é alto. Deram fermento junto com o Nescau pra ele na infância. E eu sei usar salto alto. Mas dirijo descalça. Sim, eu perdi o medo de dirigir.
À noite eu faço o jantar. Todo mundo fala alto, come muito e ri bastante. Ele olha pra mim com admiração, até de deixar com vergonha. E os quatro riem, porque as minhas orelhas estão vermelhas. Elas ainda ficam vermelhas e quentes. Ele morde minha orelha e eu brigo com ele, porque não gosto que peguem nela. A orelha continua sendo só minha, mesmo depois do casamento.
Conto uma história pros menores. Dou boa noite e subo pro sótão da casa, a torre do nosso castelo. E quando eu olho a lua cheia, eu sorrio e agradeço a Deus por tantas bênçãos e por tantos sonhos realizados. Eu agradeço por meus amigos que eu consegui manter e pelos familiares que ainda estão vivos. E, então, ele chega por trás de mim e me abraça, me dando um susto. Ele me faz rir contando uma piada boba e nós nos beijamos, com o mar atrás de nós.
E nós vamos dormir. Não antes de... bem, vocês sabem.
Desço as escadas e preparo o café. Eu já terei aprendido a virar os ovos daquele jeito que os chefs fazem na frigideira, sem que os ovos caiam no chão. E farei isso com muita prática. Todos três descem, os dois menores com aquela cara de sono que herdaram do pai. Todos tem os cabelos enrolados e assanhados, e todos olham pra mim com olhos cor de mel.
Eu os levo pro colégio e dou tchau pro homem que dormiu comigo. Deixo-os no colégio e vou pra redação do jornal. Sim, sou jornalista, não chef de cozinha. Deus me livre de uma cozinha. Só a cozinha da minha casa será meu reino. Escrevo a matéria sobre um novo restaurante. Sim, sou crítica gastronômica. Como e falo mal dos outros, o sonho de qualquer pessoa.
Volto à tarde e pego os meninos. Luca pula em cima de mim. Como ele está crescendo! E só tem 10 anos. Imagina como o Miguel não ficará também? Ele já é o maior da turma. Luca é muito carinhoso e Miguel bem mais sério. Luca demorou mais que o Miguel pra aprender a ler e escrever, mas os dois são muito parecidos. E bem altos pra idade. O pai deles é alto. Deram fermento junto com o Nescau pra ele na infância. E eu sei usar salto alto. Mas dirijo descalça. Sim, eu perdi o medo de dirigir.
À noite eu faço o jantar. Todo mundo fala alto, come muito e ri bastante. Ele olha pra mim com admiração, até de deixar com vergonha. E os quatro riem, porque as minhas orelhas estão vermelhas. Elas ainda ficam vermelhas e quentes. Ele morde minha orelha e eu brigo com ele, porque não gosto que peguem nela. A orelha continua sendo só minha, mesmo depois do casamento.
Conto uma história pros menores. Dou boa noite e subo pro sótão da casa, a torre do nosso castelo. E quando eu olho a lua cheia, eu sorrio e agradeço a Deus por tantas bênçãos e por tantos sonhos realizados. Eu agradeço por meus amigos que eu consegui manter e pelos familiares que ainda estão vivos. E, então, ele chega por trás de mim e me abraça, me dando um susto. Ele me faz rir contando uma piada boba e nós nos beijamos, com o mar atrás de nós.
E nós vamos dormir. Não antes de... bem, vocês sabem.
2 comentários:
Nossa! Que futuro bonitinho. é assim que tem ser a vida, pelo menos de pessoas como nós. 8D
Muito bonita essa... crônica do futuro! Adorei!!!
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